domingo, 23 de junho de 2013

A IGREJA E AS MANIFESTAÇÕES POPULARES

O Brasil vive momentos delicados e complexos com a onda de manifestações que percorrem todo o país. Entre muitos atos pacíficos, houve registro de violência em confrontos entre manifestantes e policiais e atos de vandalismo em várias cidades.

Diante desse quadro complexo, a pergunta que tenho mais escutado nestes últimos dias é: devem os cristãos se envolver nessas manifestações? Devem os pastores adventistas saírem às ruas e fazerem eco aos protestos?

Mais do que multiplicar palavras humanas ou raciocínios, deixamos uma citação inspirada da escritora Ellen White que esclarece alguns pontos:

“O governo sob que Jesus viveu era corrupto e opressivo; clamavam de todo lado os abusos — extorsões, intolerância e abusiva crueldade. Não obstante, o Salvador não tentou nenhuma reforma civil. Não atacou nenhum abuso nacional, nem condenou os inimigos da nação. Não interferiu com a autoridade nem com a administração dos que se achavam no poder. Aquele que foi o nosso exemplo, conservou-Se afastado dos governos terrestres. Não porque fosse indiferente às misérias do homem, mas porque o remédio não residia em medidas meramente humanas e externas. Para ser eficiente, a cura deve atingir o próprio homem, individualmente, e regenerar o coração”. (O Desejado de Todas as Nações, 358).

Como igreja, respeitamos as reivindicações porque nós temos saído às ruas para defender ideias, como o projeto Quebrando o Silêncio, contra o álcool, o fumo e as drogas. Saímos com os jovens no projeto Missão Calebe e para doar sangue chamando a atenção da sociedade para o bem. Não é errado defender ideias e ideais e todos têm o direito de se manifestar livremente, mas, como Igreja, alertamos que nessas manifestações existem pessoas com intenções equivocadas que não combinam com os nossos pensamentos e princípios cristãos. Muito mais do que reivindicar, nossa missão é proclamar.

Nas manifestações há muitas pessoas que realmente se expressam de modo pacífico; porém, em certo momento, em meio às manifestações surgem alguns que utilizam métodos violentos e alguns sofrem repressão por parte do Estado. Diante disso, nós nos perguntamos: é esse o nosso foco como cristãos? É esse um lugar seguro para estarmos?

Como cristãos, fomos chamados para influenciar o mundo e devemos continuar fazendo através do amor, doando-se e desgastando-se pelo bem da comunidade.

Na continuação, Ellen White diz: “Não pelas decisões dos tribunais e conselhos, nem pelas assembléias legislativas, nem pelo patrocínio dos grandes do mundo, há de estabelecer-se o reino de Cristo, mas pela implantação de Sua natureza na humanidade, mediante o operar do Espírito Santo. “A todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; aos que creem no Seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade do varão, mas de Deus”. João 1:12, 13. Aí está o único poder capaz de erguer a humanidade. E o instrumento humano para a realização dessa obra é o ensino e a observância da Palavra de Deus”. (O Desejado de Todas as Nações, 358)

Precisamos cuidar para não perder o nosso foco. Estamos neste mundo com uma mensagem especial que é preparar um povo para o encontro com o Senhor! A nossa força não deve estar nas manifestações por justiça de um grupo que está tentando encontrar suas causas, mas em anunciar a volta do Senhor Jesus, a verdadeira causa!

A Bíblia é a nossa guia segura sempre. Veja o que está escrito no livro de Hebreus 11:16: “Mas, agora, aspiram a uma pátria superior, isto é, celestial. Por isso, Deus não se envergonha deles, de ser chamado o seu Deus, porquanto lhes preparou uma cidade.”

O sonho dos sul americanos, o sonho dos brasileiros, o sonho dos europeus... Todos querem uma pátria melhor. E ela existe. A cidade de Deus, a pátria celestial. Enquanto não estamos nela, seguindo Romanos 13, dedique tempo para orar pelas autoridades e para que o evangelho continue sendo anunciado a toda força.

Lembre-se sempre: “Crede no Senhor vosso Deus e estareis seguros”. (2Cr. 20:20).

Rafael Rossi
Associação Ministerial

Divisão Sul Americana

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