O
Brasil vive momentos delicados e complexos com a onda de manifestações que
percorrem todo o país. Entre muitos atos pacíficos, houve registro de violência
em confrontos entre manifestantes e policiais e atos de vandalismo em várias
cidades.
Diante
desse quadro complexo, a pergunta que tenho mais escutado nestes últimos dias
é: devem os cristãos se envolver nessas manifestações? Devem os pastores adventistas
saírem às ruas e fazerem eco aos protestos?
Mais
do que multiplicar palavras humanas ou raciocínios, deixamos uma citação
inspirada da escritora Ellen White que esclarece alguns pontos:
“O
governo sob que Jesus viveu era corrupto e opressivo; clamavam de todo lado os
abusos — extorsões, intolerância e abusiva crueldade. Não obstante, o Salvador
não tentou nenhuma reforma civil. Não atacou nenhum abuso nacional, nem
condenou os inimigos da nação. Não interferiu com a autoridade nem com a administração
dos que se achavam no poder. Aquele que foi o nosso exemplo, conservou-Se
afastado dos governos terrestres. Não porque fosse indiferente às misérias do
homem, mas porque o remédio não residia em medidas meramente humanas e
externas. Para ser eficiente, a cura deve atingir o próprio homem,
individualmente, e regenerar o coração”. (O Desejado de Todas as Nações, 358).
Como
igreja, respeitamos as reivindicações porque nós temos saído às ruas para
defender ideias, como o projeto Quebrando o Silêncio, contra o álcool, o fumo e
as drogas. Saímos com os jovens no projeto Missão Calebe e para doar sangue
chamando a atenção da sociedade para o bem. Não é errado defender ideias e
ideais e todos têm o direito de se manifestar livremente, mas, como Igreja, alertamos
que nessas manifestações existem pessoas com intenções equivocadas que não
combinam com os nossos pensamentos e princípios cristãos. Muito mais do que
reivindicar, nossa missão é proclamar.
Nas
manifestações há muitas pessoas que realmente se expressam de modo pacífico;
porém, em certo momento, em meio às manifestações surgem alguns que utilizam
métodos violentos e alguns sofrem repressão por parte do Estado. Diante disso,
nós nos perguntamos: é esse o nosso foco como cristãos? É esse um lugar seguro para
estarmos?
Como
cristãos, fomos chamados para influenciar o mundo e devemos continuar fazendo
através do amor, doando-se e desgastando-se pelo bem da comunidade.
Na
continuação, Ellen White diz: “Não pelas decisões dos tribunais e conselhos,
nem pelas assembléias legislativas, nem pelo patrocínio dos grandes do mundo,
há de estabelecer-se o reino de Cristo, mas pela implantação de Sua natureza na
humanidade, mediante o operar do Espírito Santo. “A todos quantos O receberam,
deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; aos que creem no Seu nome; os
quais não nasceram do sangue, nem da vontade do varão, mas de Deus”. João 1:12,
13. Aí está o único poder capaz de erguer a humanidade. E o instrumento humano
para a realização dessa obra é o ensino e a observância da Palavra de Deus”. (O
Desejado de Todas as Nações, 358)
Precisamos
cuidar para não perder o nosso foco. Estamos neste mundo com uma mensagem
especial que é preparar um povo para o encontro com o Senhor! A nossa força não
deve estar nas manifestações por justiça de um grupo que está tentando
encontrar suas causas, mas em anunciar a volta do Senhor Jesus, a verdadeira
causa!
A
Bíblia é a nossa guia segura sempre. Veja o que está escrito no livro de
Hebreus 11:16: “Mas, agora, aspiram a uma pátria superior, isto é, celestial.
Por isso, Deus não se envergonha deles, de ser chamado o seu Deus, porquanto
lhes preparou uma cidade.”
O sonho dos sul
americanos, o sonho dos brasileiros, o sonho dos europeus... Todos querem uma
pátria melhor. E ela existe. A cidade de Deus, a pátria celestial. Enquanto não
estamos nela, seguindo Romanos 13, dedique tempo para orar pelas autoridades e
para que o evangelho continue sendo anunciado a toda força.
Lembre-se
sempre: “Crede no Senhor vosso Deus e estareis seguros”. (2Cr. 20:20).
Rafael
Rossi
Associação
Ministerial
Divisão
Sul Americana
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