sexta-feira, 6 de abril de 2012

SERMÃO PARA O DIA DOS DESBRAVADORES 2012 – CONQUISTAS DA ESPERANÇA



CONQUISTAS DA ESPERANÇA
Pr. Donato Filho - UNoB

Introdução:
·         Em nosso mundo, as pessoas tendem a atribuir sucesso, valorização, destaque e honras àqueles que chamam atenção da mídia e do público por aquilo que podem acumular, exibir ou escandalizar.
·         É comum destacar biografias de grandes líderes militares, pop stars, políticos, gente rica, descobridores, conquistadores, etc. Mas, e as pessoas comuns? Que destaque a vida lhes reserva? Que importância o mundo lhes dá? Onde podemos encontrar suas histórias e o seu legado?
·         James Dobson conta em de seus livros a história de um técnico de futebol americano, por nome John McKay, da Universidade da Califórnia do Sul. O filho de MacKay, John, era um jogador de sucesso no time de seu pai. Quando lhe pediram para falar sobre o orgulho que ele sentia dos feitos de seu filho em campo, McKay respondeu: “Sim, eu estou satisfeito que John tenha tido uma boa temporada no ano passado. Ele faz um ótimo trabalho e estou muito orgulhoso. Todavia, estaria orgulhoso do mesmo modo, mesmo que ele nunca tivesse jogado futebol”. MacKay nos ensina uma boa lição. O talento futebolístico de seu filho John é reconhecido e apreciado, mas o seu valor humano não depende de suas habilidades para jogar futebol.
·         Numa entrevista perguntaram à Ida Eisenhower, mãe do presidente americano Dwight D. Eisenhower, se ela estava orgulhosa de seu filho. “Sim, estou muito orgulhosa. De qual filho?”, respondeu ela. Valor é mais que realizações ou posição.
·         A Bíblia é um livro para todas as pessoas, e neste livro as pessoas comuns se identificam grandemente, pois há inúmeras histórias de pessoas simples que agiram de modo extraordinário. Não eram famosos  nem nasceram em berço de ouro, não tiveram pai ou mãe influente, não eram de nenhuma família real ou abastada, mas, com métodos divinos, realizaram grandes feitos.
·         Assim são as Conquistas da Esperança. Elas não são reduzidas a um grupo especial ou a uma casta privilegiada. Elas são principalmente para aqueles que lançam mão dos métodos divinos. E nesta manhã queremos contar a história de uma pessoa do povo comum que saiu do anonimato para entrar nas páginas da história eterna da redenção.

I – Rute: Conquistadora da Esperança
A) Leiamos Rute 1:1-5.  Depois que Noemi perdeu o seu marido e filhos, ela planejou voltar à sua terra natal, pois a fome que assolava o seu povo havia passado.
·         Noemi, agora viúva e velha, não tinha esperança de ter descendência.
B) A tragédia parecia ser completa, e os obstáculos, intransponíveis. Portanto, querendo poupar suas noras de mais sofrimentos, Noemi instou com elas para que voltassem para suas respectivas famílias onde possivelmente teriam uma sorte melhor (1:16, 21; 2:10, 11).
·         Todavia, diante deste cenário caótico, a decisão de Rute encheu Noemi de esperanças, confortou-lhe, abrindo a possibilidade de um novo começo (Rute 1:16).
C) Quem já leu com atenção o livro de Rute, certamente já percebeu a repetição da palavra “Moabe”, ou da expressão “Rute, a moabita”, ou da palavra “moabita”. Estes vocábulos aparecem catorze vezes neste pequeno livro da Bíblia, e o autor parece repetir estes termos deliberadamente, o que nos leva a fazer uma pergunta: Qual era o significado desta palavra Moabe para os israelitas e no que isso pesava para a recepção de Rute por parte do povo de Deus?
D) A resposta está na história da origem deste povo e de alguns incidentes entre Israel e Moabe. A nação moabita surgira de um ato pecaminoso, de uma astúcia imoral e de uma imprudência vergonhosa.
·         A narrativa está registrada em Gênesis 19:30-38 e começa quando a filha primogênita de Ló trama com a mais nova uma forma de perpetuar a sua descendência, e para tanto recorrem a um atalho, e o resultado foi um incesto, do qual se originaram os moabitas e amonitas.
E) Pela origem vergonhosa dos moabitas, os judeus sentiam grande superioridade moral em relação a eles. Isso porque a nação judaica começou de forma gloriosa. Para Israel, houve um chamado de Deus, uma promessa de Abraão, que se tornaria Pai de uma grande nação, e tudo começou através de uma intervenção miraculosa de Deus na concepção de Isaque.

II) Como Rute conquistou respeito, vencendo o preconceito, seu passado inglório e sua origem desastrosa?
·         Há pelo menos duas palavras que fazem oposição à palavra Moabe, que remonta a uma triste realidade. Estas palavras estão intimamente ligadas à personalidade de Rute e fazem dela uma moabita singular e diferente.
·          A primeira palavra é seu próprio nome, Rute, que significa “amiga”. Rute foi uma amiga de verdade. A respeito deste tipo de amigo, John A. Mackay escreveu: “Um amigo é o primeiro a entrar, depois de todos terem abandonado a casa”.
·         Há amizade sincera no seu clube?
·          E a segunda que se destaca é a palavra hebraica “hesed”, que traduzida pode significar “generosidade fervorosa”, “bondade amável”, “devoção e benevolência”.
·         Misericórdia é muito mais que simples lealdade humana. Ela imita a iniciativa divina que nos sobrevêm, mesmo não a merecendo.
·         A palavra misericórdia é tão importante na Bíblia, que atribui esta qualidade mais particularmente a Deus, quando Deus se revela a Moisés fazendo passar toda a Sua glória na forma de MISERICÓRDIA. Êx 33:19. Rute é a amiga que personifica misericórdia, pois a encontramos:

Ø  Apanhando espigas para Noemi. Fazendo assim, ela não só providencia alimento para a sua sogra como também traz segurança emocional.
Ø  Encontramos Rute, através de meios lícitos, buscando um casamento, no qual pudesse fazer seu esposo feliz e dar uma descendência digna para a sua sogra.
·         Rute conquistou a admiração da sociedade com verdadeira amizade e misericórdia.

III) Rute conquistou sua salvação agindo com confiança e fé.
Numa das mais lindas passagens poéticas da Bíblia, Rute expressa sua fé incondicional no Deus Todo Poderoso de sua sogra: “Rute, porém, respondeu: Não insistas comigo que te deixe e que não mais te acompanhe. Aonde fores irei, onde ficares ficarei! O teu povo será o meu povo e o teu Deus será o meu Deus!” (Rute 1:16).

Charles H. Spurgeon escreveu sobre a necessidade que todos nós temos de uma grande fé no Deus de Israel. Pois segundo ele, “uma pequena fé levará a vossa alma aos céus, mas uma grande fé trará os céus a vossa alma”. Rute conquistou pela fé.

IV) Rute conquistou seu espaço na sociedade com determinação.
Rute não se deixou acorrentar pelas cadeias da herança genética, ou seja, do determinismo biológico, nem tampouco pelos estereótipos negativos e o estigma de ser uma moabita. Muitos de nós somos semelhantes a Rute, temos um passado que não é muito de se orgulhar. Nosso passado histórico não é lá um dos melhores. Aliás, afirmam que, na ocasião da exploração do Brasil, vieram para cá os piores criminosos, desonestos e traficantes, os quais a sociedade de Portugal não queria mais entre eles. Quem sabe, queridos desbravadores, os seus ancestrais não tem um passado muito admirável? Quem sabe haja casos em sua família marcados por grandes vergonhas? Quem sabe você tinha tudo para dar errado? Mas eu gostaria que você, pelo poder de Jesus, fosse influenciado pelo exemplo de Rute. Pois Rute, quando se viu numa situação difícil, não esperou que as coisas simplesmente acontecessem. Ela não hesitou, foi atrás dos seus direitos, não se acomodou, foi à luta. Ela não ficou se remoendo, queixando-se de sua má sorte. Ela foi em busca de novas conquistas.

Uma grande educadora, chamada Ellen G. White, certa vez escreveu: “Não vos deveis contentar com realizações mesquinhas. Aspirai à altura, e não vos poupeis trabalhos para alcançá-la” (Fundamentos da Educação Cristã, p. 82).

V) As Recompensas de Rute
 Os métodos usados por Rute poderiam até não dar a ela notoriedade na mídia popular de hoje, mas a Bíblia apresenta as recompensas duradouras que ela recebeu:
Ø  Amor e segurança nos braços de Boaz, ou seja, satisfação emocional. (Vocês, desbravadores, podem, no futuro, encontrar amor e segurança se não se apressarem, como não se apressou Rute.)
Ø  Reconhecimento de toda a comunidade de Belém, como exemplo de mulher virtuosa, apesar de suas origens (Rute 4:15). (Sejam desbravadores exemplares como Rute foi.)
Ø  Sua história como modelo de amor a Deus e aos seus filhos.
Ø  A sua descendência privilegiada que culminaria em Cristo Jesus, o sonho de toda família israelita. (Marque as gerações com uma influência positiva.)
Ø  Seu nome no livro da vida. Muito mais que um nome na Bíblia. (Registre seu nome também no livro do Céu).


Conclusão
Rute não foi uma grande líder militar, nem uma grande profetiza, nem tampouco fez milagres impressionantes. Rute foi uma mulher comum, que com atitudes “comuns”, de bondade e misericórdia, saiu do cenário efêmero deste mundo, para adentrar no palco celestial. Rute foi uma conquistadora da esperança bíblica: “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança. Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado” (Rm 5:3-5).

O Clube de Desbravadores precisa de meninos e meninas que assim como Rute, em suas atividades diárias, busquem personificar amizade, misericórdia, amor, fidelidade e determinação.

O Clube precisa de meninos e meninas que, mesmo sendo pessoas comuns, procurem, pelos métodos de Jesus, alcançar grandes conquistas, sendo a maior delas a grande esperança que é a Volta de Jesus.

Texto: Pastor Donato Filho

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