quinta-feira, 23 de junho de 2011

A CIÊNCIA ADVERTE: FUMAR MACONHA EMBURRECE

Um recente estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) acaba de ratificar o que já havia sido objeto de pesquisa em outros países: o hábito de fumar maconha frequentemente, mesmo que em pouca quantidade, pode danificar seriamente a área do cérebro responsável pela memória. Por sua vez, [...] a chamada “corrente progressista” - são cerca de 190 milhões de usuários no mundo segundo a ONU - que luta pela legalização do cultivo, venda e consumo da maconha, acaba de sofrer um duro golpe. Nos EUA, a Califórnia, primeiro estado a oficializar o uso medicinal da cannabis em 1996, rejeitou, em referendo popular, tal proposta. Mesmo para uso medicinal o uso da maconha foi ainda rejeitado, pela corrente de conservadores, nos estados de Oregon e Dakota do Sul. Medida de bom senso contra uma droga, com seu componente psicoativo (tetrahidrocannabinol - THC), cada vez mais potente hoje - vide a maconha hidropônica - que nada tem de tão recreativo assim.

Uma opinião, das mais importantes, já citada inclusive em artigo do jornalista Jorge Antônio Barros de O Globo, que coloca em xeque o pressuposto de que a maconha é uma droga inofensiva, parte da diretora do Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas (EUA), a mexicana Nora Volkow, ao afirmar: “Há quem veja a maconha como uma droga inofensiva. Trata-se de um erro. Comprovadamente, a maconha tem efeitos bastante danosos. Ela pode bloquear receptores neurais muito importantes. Estudos feitos em animais mostraram que, expostos ao componente ativo (THC) há interferências sob controle do apetite, memória e humor. Isso causa desde aumento da ansiedade, até a perda de memória e depressão. [...]

A professora de psiquiatria Maria Teresa Costa de Aquino, da FCM/UERJ, diretora do Nepad (Núcleo em Atenção ao Uso Indevido de Drogas), no Rio, afirma que a maconha pode causar síndrome amotivacional, um estado letárgico de falta de motivação para o trabalho, estudo, atividades físicas e outras tarefas do dia a dia. “A maconha de que falamos hoje não é a mesma de 20 ou 30 anos atrás.A percentagem de substância alucinógena é bem maior”, diz a estudiosa.

Outros estudiosos afirmam que a maconha, em uso contínuo, pode levar os dependentes a um estado agressivo exacerbado e dar causa a episódios psicóticos. [...]

Chega agora a notícia de que o uso prolongado do álcool - droga lícita - causa talvez mais danos do que o crack e a heroína. [...] Já nos bastam os males causados em todo mundo pelo alcoolismo e o tabagismo. Drogas não agregam valores sociais positivos. Há outros prazeres para os jovens, na vida, sem que necessitem da busca (falsa) do “mundo colorido” através de estados alterados de consciência. O bom senso determina a proteção de nossas futuras gerações no posicionamento contrário à descriminalização de drogas. Aos pais e responsáveis fica o alerta de que, neste caso, o preço da felicidade é a eterna vigilância de seu filhos. A maconha é uma perigosa porta aberta para o caminho da destruição.


Nota: A despeito de todos esses males, o STF aprovou que se façam manifestações (marchas) de apoio ao uso da maconha. O estilo de vida desregrado (chamado por alguns de “liberdade”) e o estilo de vida homossexual, assim como o consumo de drogas (“lícitas” ou não) também são comprovadamente prejudiciais à saúde, no entanto, cedendo a prossões, os governantes e magistrados têm dado apoio a manifestações que enaltecem essas coisas. Mundo difícil o nosso...[DB]



2 comentários:

  1. A maconha tem sido utilizada medicinalmente por toda a história da humanidade, desde a China antiga até a nobreza inglesa do século 19. Sua proibição é recente e data de menos de cem anos, e, de modo algum, foi baseada em critérios científicos e de saúde pública, tendo sido baseada em preceitos morais, econômicos e racistas, já que, como era uma planta consumida por negros e mexicanos nos EUA, ficava mais fácil segregar estas pessoas através da criminalização de um hábito destes grupos. Atualmente, importantes autoridades do meio político e científico advogam a favor da regulamentação do consumo. Dentre eles, temos brilhantes neurocientistas brasileiros, como Sidarta Ribeiro, Renato Malcher e Stevens Rehen. Estes pesquisadores afirmam que a maconha é uma droga muito mais segura e menos viciante do que o álcool e o tabaco, que a teoria da “porta de entrada” não passa de um mito que, absolutamente, não corresponde à realidade da maioria esmagadora dos usuários, e que a ideia de que a maconha “mata neurônios”, simplesmente, é falsa. Pelo contrário, estes pesquisadores citam pesquisas que concluíram que os princípios ativos da maconha possuem efeito neuroprotetor, com potencial de utilização no combate de doenças como Parkinson e Alzheimer. Ainda, importantes políticos de países que enfrentam problemas graves com a violência gerada pelo tráfico de drogas, como Fernando Henrique Cardoso, César Gaviria, Ernesto Zedillo e Bill Clinton, ex-presidentes do Brasil, Colômbia, México e EUA, respectivamente, concluíram, após muitos estudos, que a guerra ao tráfico e a ilegalidade é muito mais danosa à sociedade do que a droga em si. Há muito mais pessoas morrendo em decorrência desta guerra, muitas destas, inocentes, do que pessoas morrendo diretamente em decorrência do abuso de substâncias ilícitas. Basta citar os neurocientistas Sidarta Ribeiro e Renato Malcher, que dizem que é simplesmente impossível morrer de overdose de maconha, enquanto a guerra realizada para coibir o seu consumo e a disputa dentro do tráfico já mataram milhares de pessoas no Brasil.
    A maconha possui grande potencial de utilização medicinal, no combate aos efeitos da quimioterapia do câncer, no tratamento da AIDS, Parkinson, Alzheimer, Glaucoma, ansiedade, no combate a tumores malignos, dentre outras. Ao contrário da maconha, o álcool é uma droga que pode matar por overdose, e nem por isto é ilegal, tendo sido definidas formas responsáveis para o seu consumo. Por outro lado, do mesmo modo que o álcool, estudos mostraram que a maconha não deve ser consumida por crianças e adolescentes, por afetar o desenvolvimento cerebral nestas faixas etárias, e por pessoas com tendência a surtos psicóticos e esquizofrênicos. Mesmo assim, há uma ampla parcela da sociedade, que inclui médicos, psiquiatras e neurocientistas, que advoga que, não apenas a utilização medicinal, mas também a utilização recreativa, feita por adultos saudáveis e de modo responsável, é segura e deve ser regulamentada. O mais importante de tudo é desobstruir o debate. A guerra total às drogas foi perdida, nunca o mundo combateu tanto as drogas e nunca elas foram tão consumidas. Um debate sem tabus, sem moralismos e demonizações, baseado em ciência, deve ser realizado a fim de encontrar uma nova maneira de lidar com a maconha, de modo a minimizar seus malefícios, inclusive aqueles relacionados à guerra e ao tráfico, e maximizar seus benefícios.

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  2. O pesquisador Renato Malcher, DOUTOR EM NEUROCIÊNCIAS, fala sobre as propriedades medicinais da maconha:

    http://www.youtube.com/watch?v=0DVtMS9qhgw

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